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O Aedes aegypti, mosquito transmissor de arboviroses como a dengue, zika e chikungunya, encontra-se em uma infestação alarmante no Brasil, tornando impossível a erradicação que ocorreu na década de 1950. O alerta vem do infectologista Antonio Carlos Bandeira, formado pela Universidade Federal da Bahia, que descobriu em 2015 a chegada do vírus Zika ao país.

Entrevistado pela Agência Brasil, Bandeira aponta as alterações climáticas, especialmente o aumento das temperaturas, como fatores que contribuem para a explosão de casos de dengue. A população virgem de dengue, principalmente nas regiões Sudeste e Sul, somada às mudanças climáticas, cria um cenário propício para epidemias dessas doenças.

O especialista expressa preocupação com o ressurgimento do sorotipo 3 da dengue, ausente de forma epidêmica há mais de 15 anos. Independentemente do sorotipo, a quantidade crescente de casos implica maior risco de complicações e óbitos.

Bandeira enfatiza a influência do clima, com o corredor de calor facilitando a disseminação do mosquito. Ele destaca a importância de medidas proativas, como larvicidas e fumacês, e alerta sobre a vulnerabilidade das favelas, onde as condições propiciam a proliferação do Aedes aegypti.

O infectologista descarta a possibilidade de erradicação do mosquito e destaca a importância da pesquisa nacional para desenvolver drogas e vacinas. Além disso, ele propõe um investimento massivo em favelas, promovendo urbanização, saneamento básico e coleta de lixo para combater não apenas as arboviroses, mas uma série de problemas enfrentados por essas comunidades.

Diante do atual quadro, a vacinação surge como a principal alternativa para combater as arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti, representando um caminho essencial para a proteção da população brasileira.