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Um homem de 62 anos na Alemanha decidiu tomar 217 vacinas contra a Covid-19 ao longo de 29 meses por “motivos particulares”. Surpreendentemente, ele não parece ter sofrido nenhum efeito nocivo da imunização excessiva, de acordo com um estudo recentemente publicado na revista The Lancet Infectious Diseases1. No entanto, é importante ressaltar que esse caso é de apenas uma pessoa e, portanto, os resultados não podem ser extrapolados para a população em geral.
Os pesquisadores coletaram amostras de sangue e saliva do homem durante a 214ª e a 217ª doses da vacina. Eles compararam suas respostas imunológicas com as de 29 pessoas que haviam recebido uma série padrão de três doses. Durante todo o período de vacinação, o homem nunca relatou efeitos colaterais da vacina, e seus exames clínicos não revelaram anormalidades relacionadas à hipervacinação. A análise detalhada das respostas imunológicas mostrou que, embora alguns aspectos de sua proteção fossem mais fortes, no geral, suas respostas imunológicas eram funcionalmente semelhantes às de pessoas que receberam muito menos doses. Os níveis de anticorpos estimulados pela vacina em seu sangue aumentaram após uma nova dose, mas depois começaram a diminuir, semelhante ao que foi observado nos controles.
A capacidade de seus anticorpos de neutralizar o SARS-CoV-2 parecia ser entre cinco e 11 vezes maior do que nos controles, mas os pesquisadores observaram que isso se devia a uma quantidade maior de anticorpos, e não necessariamente a anticorpos mais potentes. Além disso, os pesquisadores também analisaram a resposta imunológica do homem a um vírus não relacionado, o Epstein-Barr, que causa mononucleose. Eles descobriram que as imunizações não afetaram negativamente as respostas a esse vírus, sugerindo que não houve efeitos nocivos sobre as respostas imunológicas em geral. Por fim, vários testes indicaram que o homem nunca foi infectado pelo SARS-CoV-2, embora os pesquisadores tenham sido cautelosos e mencionado que isso poderia ser resultado de outros cuidados que o homem tomou1.
Esse caso intrigante levanta questões importantes sobre a frequência com que as pessoas devem receber doses de reforço contra a Covid-19 e como o sistema imunológico pode responder a uma superexposição à vacinação.
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