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Resgates ocorreram em Várzea Nova e Gentio do Ouro; trabalhadores viviam em condições desumanas, sem proteção, higiene ou salário digno.


Entre os dias 8 e 18 de junho, cinquenta e sete trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em fazendas no interior da Bahia. A ação foi conduzida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nas cidades de Várzea Nova e Gentio do Ouro. Os resgatados atuavam em condições degradantes, sem equipamentos de proteção ou acesso a itens básicos, como banheiros e camas. Em alguns casos, dormiam sobre sacarias, papelões e até botijões de gás.

A situação era crítica: a água para consumo era armazenada em galões de produtos químicos, e muitos trabalhadores usavam sacolas plásticas como calçados. Em Gentio do Ouro, eles realizavam suas necessidades no mato e tomavam banho com baldes improvisados. A alimentação era mal armazenada, o que causava mal-estar. Em um dos casos mais graves, um trabalhador perdeu dois dedos ao manusear máquinas sem proteção adequada.

Além das condições precárias de vida, os trabalhadores recebiam menos que o salário mínimo e exerciam funções de risco. O Ministério do Trabalho segue investigando os responsáveis e promete responsabilização legal dos envolvidos. O caso reforça a urgência de combater o trabalho escravo contemporâneo e garantir condições dignas aos trabalhadores rurais da Bahia. As ações do MTE devem continuar em outras regiões do estado.