Foto: Giro Bahia |
Uma situação de tensão tomou conta do Bairro Nova Califórnia, em Itabuna, quando uma obra comunitária liderada por moradores foi abruptamente embargada pelo prefeito Augusto Castro. A praça pública, que estava sendo construída com recursos e esforços da própria comunidade, foi alvo de uma decisão inesperada que gerou indignação e revolta entre os envolvidos no projeto.
A construção da praça se originou como uma resposta à negligência histórica por parte da prefeitura em relação ao bairro. Os moradores, cansados da falta de iniciativa do poder público em atender às suas necessidades, tomaram a iniciativa de criar um espaço de lazer e convívio para a comunidade. O projeto, que envolveu mão de obra voluntária e investimentos individuais, tinha como objetivo não apenas suprir uma lacuna na infraestrutura, mas também proporcionar um ambiente agradável para os moradores se reunirem e desfrutarem.
No entanto, a surpresa surgiu quando o engenheiro Joaquim Rodrigues Filho, um ex-secretário municipal de Ibirataia previamente condenado por estelionato e formação de quadrilha, foi responsável pelo embargo da obra. Joaquim, conhecido por sua participação em um esquema de pagamentos ilegais na prefeitura de Ibirataia durante a gestão de Jorge Fair, assumiu o cargo de chefe do Departamento de Controle do Solo de Uso Urbano (DCOUS) em Itabuna, mesmo após sua condenação.
A trajetória de Joaquim Rodrigues Filho levanta questionamentos sobre como um indivíduo condenado por crimes em outro município pode ocupar um cargo de nomeação na prefeitura de Itabuna. Em julho de 2019, a Juíza federal Karine Costa Carlos Rhem da Silva, da Subseção Judiciária de Jequié, condenou o ex-secretário por irregularidades em contratos de licitação, resultando em mais de sete anos de reclusão, cinco anos de detenção e inabilitação para exercer cargos públicos.
A decisão do prefeito Augusto Castro de embargar a obra comunitária durante o Dia dos Pais gerou um intenso debate na comunidade. Moradores que dedicaram esforços e recursos para transformar o bairro expressaram frustração diante do aparente descaso da prefeitura em relação às necessidades locais. A ação de embargo não apenas interrompeu um projeto significativo para o bairro, mas também reacendeu o debate sobre a ética na nomeação de indivíduos com histórico judicial controverso em cargos públicos.
Fonte: Giro Bahia
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